5 Erros Comuns a Serem Evitados Quando se Estuda a Bíblia

Estuda a Bíblia

Quando se estuda a Bíblia, é comum nos depararmos com desafios e mal-entendidos que podem afetar nossa interpretação e compreensão do texto sagrado.

No artigo “5 Erros Comuns a Serem Evitados Quando se Estuda a Bíblia”, exploraremos equívocos frequentes que podem surgir durante o estudo bíblico. Esta análise visa esclarecer e aprofundar a compreensão dos leitores sobre as Escrituras, proporcionando uma experiência de estudo mais enriquecedora e significativa.

Ao identificar e evitar esses erros comuns, buscamos facilitar um caminho mais claro para um entendimento mais profundo e uma conexão espiritual mais forte com as mensagens da Bíblia.

1. Não deixamos a Bíblia falar por si mesma

É um erro comum fazer as perguntas erradas ao ler a Bíblia. Em vez de perguntar “Quem sou eu?” e “O que devo fazer?”, Jen Wilkin, autora de Mulheres da Palavra: Como Estudar a Bíblia com Nossos Dois Corações e Nossas Mentes , sugere perguntar “Quem é Deus?” e “o que ele fez?”

A Bíblia destaca-se como um livro que revela de forma ousada e explícita a natureza de Deus em suas páginas. Desde Gênesis, onde Deus é o foco da história da criação, até Êxodo, onde Ele é contrastado com o faraó e os deuses egípcios.

Nos Salmos, Davi louva o poder e majestade do Senhor, enquanto os profetas anunciam sua ira e justiça. Os Evangelhos e as Epístolas desvendam seu caráter através da pessoa e obra de Cristo. O Apocalipse, por sua vez, exibe seu reinado sobre todas as coisas.

Em essência, a Bíblia é um estudo abrangente sobre Deus, servindo como um recurso inestimável para quem estuda a Bíblia.

A Bíblia certamente tem algo a dizer sobre quem somos e o que devemos fazer, mas é importante lembrar que é muito menos um livro sobre nós e muito mais um livro sobre ele.

2. Nós permitimos que nossos corações guiem nosso estudo

Frequentemente recorremos às Escrituras em busca de ajuda ou esperança quando estamos nos sentindo desencorajados ou buscando a paz. Por causa disso, podemos tender a abordar a Bíblia principalmente como uma maneira de nos sentirmos melhor. Wilkin diz:

Interessantemente, o mesmo versículo bíblico que instrui a amar a Deus com todo o coração também nos exorta a amá-lo com toda a nossa mente. A mente é o centro do nosso intelecto, e integrar nosso intelecto à fé pode ser um desafio para muitos.

Atualmente, fé e razão são frequentemente vistas como antagônicas, uma visão que, em certos momentos, até mesmo a igreja parece adotar. Para alguns, a força da fé é medida pela proximidade emocional com Deus – seja pela emoção provocada por um sermão, pela sensação despertada por um coro de louvor ou pelo impacto de um momento de reflexão.

No entanto, estuda a Bíblia nos encoraja a nutrir o amor por Deus não só com o coração, mas também com a mente, buscando uma compreensão mais profunda e intelectual da fé.

O amor por Deus pode, de fato, derivar do conhecimento de Deus. Quando nos envolvemos em nossas mentes, nossos corações podem seguir o mesmo caminho quando chegamos a uma apreciação mais profunda de Deus, conforme revelado nas Escrituras. Wilkin prossegue: “Devemos amar a Deus com nossas mentes, permitindo que nosso intelecto informe nossas emoções, e não o contrário”.

3. Nós pulamos grandes trechos da Palavra de Deus

O evangelho é uma boa notícia, mas nem todas as páginas da Bíblia têm a intenção de nos fazer sentir bem sobre nós mesmos. Muito pelo contrário, as Escrituras freqüentemente apontam nossa depravação e infidelidade. No entanto, também lembra do nosso fiel Deus.

Quando escolhemos e escolhemos versículos das Escrituras destinados apenas a levantar nossos espíritos quando estamos nos sentindo para baixo, corremos o risco de reduzir a Bíblia a um manual de auto-ajuda. Wilkin diz: “Sim, há conforto a ser encontrado nas páginas das Escrituras, mas o contexto é o que torna esse conforto duradouro e real”.

Lendo assim, Wilkin diz:

A tendência de buscar satisfação emocional imediata nas leituras bíblicas pode resultar em vastas seções da Bíblia permanecendo inexploradas. Livros como Levítico ou Lamentações podem ser negligenciados se nos limitarmos a essa abordagem.

Por outro lado, uma metodologia abrangente no estudo da Bíblia nos instiga a explorar todas as suas partes, incluindo aquelas que podem ser desconfortáveis ou complexas.

Esse tipo de estudo aprofundado da Bíblia desafia a compreender e refletir sobre cada aspecto do texto, promovendo uma visão mais completa e matizada da escritura sagrada.

4. Confundimos a leitura de livros sobre a Bíblia com o estudo da Bíblia atual

Recursos extrabíblicos podem ser de grande ajuda quando se busca entender a Bíblia e a vida cristã, mas eles nunca pretendem substituir a própria Palavra de Deus. Wilkin diz:

Se eu prefiro ler o que outros escreveram sobre a Bíblia para ler a própria Bíblia, provavelmente estou lendo o que alguém diz sobre o que alguém diz sobre o que a Bíblia diz. Assim como nos estudos tópicos, livros sobre a Bíblia podem ser úteis, mas não são fundamentais.

Quanto mais tempo passarmos na fonte primária (a Bíblia), mais saberemos e entenderemos. Os pensamentos de outras pessoas sobre a Bíblia servem para suplementar nosso próprio envolvimento pessoal com as Escrituras.

5. Não conseguimos ver a grande história das Escrituras

Embora a Bíblia tenha sido escrita por muitos autores diferentes e se enquadre em muitos gêneros diferentes, acreditamos que tudo é inspirado e, portanto, igualmente a Palavra de Deus. Isso significa que quando lemos uma seção específica da Bíblia sem prestar a devida atenção ao todo, provavelmente perderemos o que Wilkin chama de “paisagem contínua e estonteante” das Escrituras. Ela diz:

Sem o quadro maior, podemos obter apenas uma apreciação parcial do que qualquer instantâneo individual está tentando nos dizer. De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia nos fala sobre o reino e o governo de Deus. 

Sua topografia fala de criação, queda, redenção e restauração em todas as vistas. A topografia da Grande História é preenchida com diferentes gêneros de escrita – Narrativa Histórica, Poesia, Literatura da Sabedoria, Lei, Profecia, Parábolas, Epístolas – tudo conspirando para expandir nossa compreensão do reino e governo de Deus de diferentes maneiras.

Entender o que os estudiosos chamam de metanarrativa das Escrituras – a grande e abrangente história – nos ajuda a juntar o que de outra forma pode parecer histórias, ensinamentos e temas díspares. Conhecer a história principal da redenção nos ajuda a entender todas as histórias individuais espalhadas pelas Escrituras. Wilkin diz:

Falta de Compreensão quando se estuda a bíblia

A falta de compreensão da metanarrativa bíblica pode ser comparada a um jardineiro que interpreta as folhas coloridas do outono como um sinal de doença, e não como parte de um ciclo natural.

Essa desconexão pode levar a dificuldades em perceber a continuidade entre o Deus do Antigo e do Novo Testamento, problemas em relacionar-se com o Antigo Testamento, ou a interpretações equivocadas de histórias menores ao vê-las isoladas da Grande História.

Portanto, é vital manter a visão da metanarrativa em mente ao estudar a Bíblia, lembrando que, assim como em nossas próprias vidas, às vezes podemos não compreender as ações de Deus a curto prazo, mas devemos confiar nele no contexto maior. Este entendimento é um aspecto crucial quando se estuda a Bíblia, ajudando a integrar e compreender todas as suas partes dentro de um quadro mais amplo.

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