Introdução
O profeta Ezequiel ocupa um lugar central na história de Israel. Ele exerceu seu ministério durante um dos períodos mais difíceis. Este foi o tempo do duplo exílio imposto pelos babilônios. De fato, o profeta Ezequiel era um sacerdote em treinamento em Jerusalém. Contudo, ele foi levado cativo em 597 a.C.. Ele estava entre o grupo de prisioneiros israelitas exilados. O Senhor o chamou para profetizar na Babilônia. Assim, ele se tornou a voz de Deus para os cativos.
O livro de Ezequiel mistura juízo implacável com restauração inimaginável. Ele começa com a glória de Deus partindo do templo. Ele termina com a glória de Deus voltando. Portanto, sua mensagem oferece tanto advertência quanto esperança. Este artigo explora a vida, o chamado e as visões deste poderoso profeta. Descobrimos como Deus usou Ezequiel no meio da dor e da destruição.
Quem foi o Profeta Ezequiel?
O profeta Ezequiel era filho de Buzi, um sacerdote. Ele nasceu no ano 622 a.C.. Ele viveu durante os dias brilhantes de Judá e Josias. Todavia, ele testemunhou o cativeiro de 605 a.C.. Mais tarde, ele próprio foi levado cativo em 597 a.C.. Ele começou a pregar em 592 a.C.. Portanto, ele tinha 30 anos de idade quando recebeu seu chamado. Ele profetizava entre os exilados na Babilônia. Eles moravam perto do canal de irrigação, o Rio Quebar.
Ezequiel era casado. Entretanto, sua esposa morreu no dia em que Nabucodonosor cercou Jerusalém. A perda da sua amada serviu como um sinal profético. O profeta obedeceu ao Senhor, não lamentando publicamente. Este silêncio dramático indicou que o povo não deveria chorar a destruição de Jerusalém. A queda da cidade era o julgamento justo de Deus.
Ezequiel exerceu sua atividade entre os anos 593 a 571 a.C.. Seu ministério durou pelo menos 23 anos. Ele era contemporâneo de Jeremias e Daniel. Jeremias profetizava em Judá. Daniel servia na corte do rei babilônico. Já o profeta Ezequiel pregava diretamente aos judeus cativos.
Leia também:
O Chamado Profético de Ezequiel: A Visão da Carruagem de Deus
O chamado de Ezequiel começou com uma visão grandiosa. Ele viu os céus se abrindo. A visão era de uma nuvem de tempestade. Dentro dela havia fogo e um vento violento vindo do Norte. Em seguida, ele viu quatro criaturas viventes.
De fato, cada criatura tinha quatro faces: homem, leão, touro e águia. Elas se moviam em perfeita união. Quatro rodas cheias de olhos as acompanhavam. Acima delas, havia uma plataforma brilhante. Portanto, sobre essa plataforma estava um trono. Sentada no trono, ele viu uma figura humana envolta em fogo. o profeta Ezequiel descreveu isso como a semelhança da Glória do Senhor.
A palavra “glória” em hebraico é cavôda. Ela significa “pesado” ou “significativo”. A visão chocou Ezequiel. A glória deveria estar em Jerusalém, no Templo. Contudo, ela estava aparecendo na Babilônia. Isso indicava que Deus não havia abandonado Seu povo no exílio.
Consequentemente, Ezequiel caiu prostrado diante da visão. Deus o chamou: “Filho do homem, ponha-se em pé”. O Espírito de Deus o levantou. Deus o comissionou para acusar Israel de rebelião. Israel havia quebrado a aliança. Deus instruiu Ezequiel a não ter medo do povo obstinado.
Além disso, Deus deu a Ezequiel um rolo escrito. O rolo continha lamentações, suspiros e ais. Deus mandou que o profeta comesse o rolo. Surpreendentemente, ele era doce como mel em sua boca. A palavra precisava estar dentro do profeta antes da proclamação. Deus constituiu Ezequiel como vigia ou atalaia. Ele seria responsável por alertar Israel sobre o juízo.
A Glória que Parte: Julgamento de Jerusalém

A nação havia se corrompido completamente. A idolatria e a injustiça social predominavam. A fraude e o suborno eram generalizados. A nação já tinha profanado as coisas sagradas. O povo se afastou de Deus.
Ezequiel teve outra visão em 592 a.C.. Ele fez uma turnê virtual pelo Templo. Ele viu a idolatria contaminando o santuário. No pátio externo, ele viu uma estátua idólatra. Portanto, ele viu 70 anciãos adorando répteis e animais abomináveis nas paredes. As mulheres choravam por Tamuz. Além disso, 25 homens adoravam o sol de costas para o Templo.
Desta forma, Deus mostrou a Ezequiel que o juízo viria. Deus designou seis anjos com armas de execução. Um sétimo homem estava vestido de linho. Ele tinha a tarefa de marcar na testa os fiéis. A marca era para aqueles que gemiam com o pecado da nação. O julgamento deveria começar pelo santuário.
Em seguida, Ezequiel testemunhou o mais chocante. A glória do Senhor deixou o Templo em etapas. A glória saiu primeiro para a entrada do Templo. Depois, ela se elevou e pousou no Monte das Oliveiras. A glória não permanece onde o pecado é tolerado. Assim, Deus abandonou Seu Templo.
O Drama da Mensagem: Atos Simbólicos de Ezequiel
Ezequiel utilizou profecias, sinais e dramas para transmitir a Palavra. Ele foi um profeta com um ministério de ações simbólicas. Seu objetivo era ilustrar a mensagem. Ele pretendia despertar o interesse do público.
Em primeiro lugar, Ezequiel construiu um modelo de Jerusalém em um tijolo. Ele simulou o cerco babilônico ao redor. Em seguida, ele raspou a barba e o cabelo com uma espada. Ele dividiu-os em três partes. Esta ação significava o exílio e a destruição do povo.
Contudo, o mais extremo foi o ato de se deitar. Ele teve que se deitar sobre o lado esquerdo por 390 dias. Ele carregava o pecado de Israel. Depois, ele se deitou 40 dias sobre o lado direito. Ele representava a culpa de Judá. Além disso, ele comeu pão feito de vários grãos. A comida era racionada. Ele teve que assar o pão sobre esterco de boi. Este ato simbolizava a impureza e a fome do cerco.
Desta forma, Ezequiel se tornou uma encenação viva. Ele também encenou a fuga do rei Zedequias. Ele fez suas malas e saiu por um buraco na parede. Estas ações demonstravam que o juízo era iminente.
Justiça Divina e a Responsabilidade Individual
O povo de Israel estava desanimado no exílio. Eles estavam culpando as gerações anteriores. Eles repetiam um provérbio popular: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram”. Portanto, Deus precisou corrigir este pensamento.
Ezequiel ressaltou a responsabilidade pessoal de cada indivíduo. Deus disse que o provérbio não seria mais usado. A alma que pecar, essa certamente morrerá. A justiça de Deus exige que cada um responda por sua própria conduta.
Assim, Ezequiel ensinou que o filho perverso de um pai justo morrerá por seus próprios pecados. Da mesma forma, o filho justo de um pai perverso viverá. A bondade ou a maldade não são transferidas.
Entretanto, o Senhor ofereceu esperança. Se o perverso se converter de todos os seus pecados, ele viverá. Deus não tem prazer na morte de ninguém. Ele convocou o povo: “Convertam-se e viverão”. A renovação interior é o núcleo da doutrina de Ezequiel. Ele disse que é preciso criar um coração novo e um espírito novo.
Visões de Esperança e Restauração de Israel
Embora a primeira metade do livro trate do juízo, a segunda foca na esperança e restauração. Deus prometeu um remanescente. Ele faria uma transformação espiritual. Deus removeria o coração de pedra e daria um coração de carne. Ele colocaria Seu Espírito dentro do povo.
O Vale de Ossos Secos, o Profeta Ezequiel e a Nova Vida
A visão do vale de ossos secos é marcante. O vale cheio de ossos secos representava a casa de Israel. Eles diziam: “Nossa esperança acabou”. Deus mandou que Ezequiel profetizasse sobre eles.
Por conseguinte, houve um barulho de ossos se juntando. Nervos, carne e pele cobriram os esqueletos. Mas não havia espírito. Deus ordenou a Ezequiel que profetizasse ao espírito. O sopro de vida entrou nos corpos. Eles se levantaram como um exército numeroso.
Assim, Deus prometeu abrir os sepulcros e trazer Israel de volta à sua terra. Além disso, Deus prometeu a união dos dois reinos. Ezequiel uniu dois pedaços de madeira: Judá e Efraim. As nações não se separariam mais. Eles teriam um só Rei, o servo Davi, o Messias.
Todavia, a restauração traria oposição. Gogue, líder de Magogue, lideraria uma invasão. Entretanto, Deus faria Gogue cair. A intervenção divina protegeria Israel. O mundo inteiro saberia que Deus é o Senhor.
O Templo Final: A Glória que Retorna
O livro termina com a visão de um templo restaurado e ideal. Ezequiel foi levado em visão a Israel. Ele viu um homem com aparência de bronze medindo um novo templo. O templo era imenso e organizado.
Em seguida, Ezequiel foi levado a ver o interior sagrado. O templo seria um lugar santo e separado. O homem mediu o santuário e o lugar santíssimo. Ele viu querubins e palmeiras esculpidos nas paredes. O Templo simbolizava a ordem, a santidade e a restauração.
Por conseguinte, o profeta testemunhou o ápice da esperança. A glória do Senhor retornou ao Templo. Ela veio do oriente, o mesmo lado por onde havia partido. A glória de Deus encheu o Templo. Deus declarou: “Este é o lugar do meu trono onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre”. A presença de Deus estava de volta.
O Rio da Vida e o Propósito de Ezequiel

Do templo restaurado, Ezequiel viu um rio fluindo. A água saía de debaixo da porta leste. O rio se tornou profundo. Ele corria pelo deserto e chegava ao Mar Morto. Onde ele passava, a água se tornava saudável.
Desta forma, a vida brotava em todo lugar. Árvores frutíferas cresciam nas margens. Este rio simboliza a vida que emana da presença de Deus. A restauração não é apenas política, mas é criacional.
Finalmente, Ezequiel viu a terra dividida com justiça. A cidade no centro teria 12 portas. O nome da cidade seria Yahweh Shammah. Ou seja, “O SENHOR está lá”.
O propósito das profecias de Ezequiel foi duplo. Ele entregou o juízo ao povo apóstata. Contudo, ele também conservou a fé do remanescente fiel.
Conclusão
Ezequiel demonstrou ser um profeta de profunda visão. Seu ministério nos ensina que a glória de Deus não tolera o pecado. Ele nos mostra a necessidade de responsabilidade individual. Portanto, ele nos convida à conversão e a um coração novo.
Assim, Ezequiel previu a destruição. No entanto, ele também vislumbrou a ressurreição. Ele viu o retorno da glória de Deus. Seu legado é de um profeta fiel que cumpriu sua missão. Ele foi a sentinela que alertou Israel. Ezequiel prova que, mesmo no meio do exílio e da desesperança, Deus cumpre Suas promessas. O livro termina com a certeza de que a presença de Deus está com Seu povo. A palavra de Deus permanece e transforma.
Perguntas Frequentes (FAQ) Sobre o Profeta Ezequiel
Ezequiel era um sacerdote, filho de Buzi. Ele estava em treinamento para o ofício sacerdotal no Templo em Jerusalém. Ele nasceu por volta de 622 a.C., nos dias do Rei Josias em Judá. Sua vida e ministério aconteceram durante um dos períodos mais difíceis da história de Israel, o exílio na Babilônia.
Ezequiel foi levado cativo para a Babilônia na primeira leva de exilados em 597 a.C.. Ele começou a profetizar em 592 a.C. ou 593 a.C., quando tinha 30 anos de idade, na Babilônia. Ele ministrava entre os judeus cativos que moravam perto do Rio Quebar (um canal de irrigação). Seu ministério durou pelo menos 22 ou 23 anos, até cerca de 571 a.C. ou 570 a.C.. Ele foi contemporâneo de Jeremias (que profetizava em Judá) e Daniel (que servia na corte de Nabucodonosor).
Ezequiel recebeu seu chamado profético através de uma visão grandiosa. Ele viu os céus se abrindo, uma nuvem de tempestade vindo do Norte, e dentro dela, quatro criaturas viventes (com faces de homem, leão, touro/boi e águia). Acima delas, ele viu o aspecto da “Glória do Senhor” (Cavôda), manifestada como uma figura humana brilhante sentada em um trono que se movia sobre rodas cheias de olhos.
A presença da Glória de Deus na Babilônia chocou Ezequiel, pois ela deveria estar no Templo de Jerusalém. Essa visão revelou que a presença de Deus não havia abandonado totalmente Seu povo, mas sim, que Deus estava acompanhando os exilados. No entanto, a visão também preparou o cenário para a mensagem de juízo, pois a glória de Deus não permanece em lugares onde o pecado é tolerado.
A Glória do Senhor deixou o Templo em etapas (Capítulos 8–11) devido à idolatria generalizada e às violações da aliança de Israel. Ezequiel viu, em visão, 70 anciãos adorando répteis, mulheres chorando por Tamuz (um deus babilônico) e 25 homens adorando o sol, de costas para o Templo. A Glória partiu para o Monte das Oliveiras, simbolizando que Deus estava entregando Jerusalém à destruição.
Deus constituiu Ezequiel como “vigia” ou “atalaia” para a casa de Israel. Sua missão era dar o aviso divino, alertando o povo sobre o julgamento. Ele era responsável por alertar o povo, mas se o povo não ouvisse, ele estaria livre da culpa. A mensagem de Ezequiel tinha o duplo propósito de entregar o juízo ao povo apóstata e conservar a fé do remanescente fiel.
Ezequiel usou o próprio corpo para atuar “peças de simbolismo” (teatro de rua) para transmitir a palavra de Deus. Entre eles estão:
• Construir um modelo de Jerusalém em um tijolo e simular o cerco.
• Deitar-se sobre o lado esquerdo por 390 dias e sobre o lado direito por 40 dias, carregando simbolicamente o pecado de Israel e Judá.
• Comer comida racionada e assada sobre esterco de boi (originalmente fezes humanas), sinalizando a fome e a impureza do cerco.
• Raspar o cabelo e a barba com uma espada, dividindo-o em três partes para simbolizar o destino do povo (morte, espada, dispersão).
• Encenar o exílio empacotando seus bens e saindo por um buraco na parede.
• Não lamentar a morte de sua esposa, que serviu como sinal de que o povo não deveria chorar a destruição de Jerusalém.
Ezequiel corrigiu o provérbio popular que circulava no exílio: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram”. Ele ressaltou a responsabilidade pessoal de cada indivíduo diante de Deus. Ele afirmou que a alma que pecar, essa morrerá, e que a justiça de Deus exige que cada um responda por sua própria conduta, independentemente dos pecados de seus pais.
A visão representa toda a Casa de Israel, que se sentia morta e sem esperança no exílio. Deus mostrou a Ezequiel que Ele abriria os sepulcros e traria Israel de volta à sua terra, dando-lhes o Espírito de vida. Essa visão simboliza a ressurreição nacional e espiritual de Israel.
A doutrina central de Ezequiel é a renovação interior. Deus prometeu remover o “coração de pedra” do povo e dar-lhes um “coração de carne”. Ele colocaria Seu Espírito dentro do povo para que eles pudessem seguir Seus estatutos. O profeta conclamou o povo a se converter para que pudessem viver, pois Deus não tinha prazer na morte do perverso.
O livro de Ezequiel, que começa com a visão do templo profanado e a partida da Glória de Deus, termina com as profecias de restauração. Ele descreve a visão de um Templo ideal e restaurado (Capítulos 40–48) e o retorno da Glória do Senhor pelo portão leste. A cidade no final da visão recebe o nome de Yahweh Shammah, que significa “O SENHOR está lá”. A restauração também inclui um Rio da Vida que flui do Templo, curando o deserto e o Mar Morto, simbolizando a vida que emana da presença de Deus.

 
															 
 
